sábado, 29 de maio de 2010

O que são rochas sedimentares?

As rochas sedimentares são, normalmente, estratificadas e contêm a maioria dos fósseis. A estratificação reflecte as alterações que ocorreram na Terra e os fósseis contam a história da evolução da vida e dão informações acerca dos ambientes do passado, os paleoambientes, rochas sedimentares que permitem inferir as condições e os ambientes antigos associados à sua formação. O conjunto de características texturais, mineralógicas, químicas dos paleoambientes permitem definir o ambiente de sedimentação. Na caracterização dos paleoambientes assumem particular importância os fósseis de fácies ou ambiente. Esses fósseis de ambiente caracterizam-se por pertencerem a seres que ocuparam ambientes muito específicos e que sofreram poucas alterações evolutivas, podendo ser directamente relacionados com organismos actuais.

As rochas sedimentares fornecem importantes informações sobre as variações ambientais ao longo do tempo geológico. Os fósseis, que são vestígios de seres vivos antigos preservados nestas rochas, são a chave para a compreensão da origem e evolução da vida.


A importância económica das rochas sedimentares está nas suas reservas de petróleo, gás natural e carvão mineral, as principais fontes de energia do mundo moderno.

As rochas sedimentares formadas pela acumulação de fragmentos de minerais são denominadas rochas detríticas (p. ex. arenito). Existem também rochas sedimentares formadas pela precipitação de sais a partir de soluções aquosas saturadas (p. ex. evaporito) ou pela atividade de organismos em ambientes marinhos (p. ex. calcário), sendo denominadas rochas químicas.
Os processos sedimentares actuam sobre rochas ígneas, metamórficas e sedimentares preexistentes com a desagregação mecânica e química, erosão e transporte, deposição e litificação de fragmentos (blocos, seixos) e partículas (areias, siltee argila) destas rochas em ambientes sedimentares continentais e marinhos.


Nas juntas de estratificação, ocorrem frequentemente marcas que testemunham a existência de pausas ou de interrupções na sedimentação, exemplos disso são:
• Marcas de ondulação (ripple marks): as marcas de ondulação que se observam em praias actuais aparecem preservadas em alguns arenitos antigos, dando-nos informação sobre o ambiente sedimentar em que a rocha se gerou, sobre a posição original das camadas e sobre a direcção das correntes que as produziram.
• Fendas de dessecação ou fendas de retracção: tratam-se de fendas, que frequentemente se observam em terrenos argilosos actuais, aparecem muitas vezes conservadas em rochas antigas.
• Marcas das gotas da chuva: muitas vezes visíveis em rochas antigas, com aspecto idêntico ao que acontece na actualidade.
• Pegadas, pistas de reptação, fezes fossilizadas: fornecem informações sobre ambientes sedimentares do passado e sobre hábitos dos animais, tipos de alimentação, etc




Todas estas características tornam as rochas sedimentares fundamentais na reconstituição da História da Terra, aplicando o princípio das causas actuais ou princípio do actualismo, para tal é importante referir que não existem "fósseis bons" e "fósseis maus".
Estabelecer uma divisão rígida entre fósseis que são indicadores de idade e fósseis que são inúteis para datação é um procedimento artificial e totalmente desprovido de fundamento. Todos os fósseis encerram algum tipo de informação. Contudo, os fósseis que mais frequentemente são usados para a resolução de questões biostratigráficas, para a caracterização de biozonas e para datação relativa, são aqueles que mais se aproximam das seguintes características ideais:

1 - Ter distribuição estratigráfica tão estreita quanto possível.
Quanto mais curta for a distribuição estratigráfica (na vertical, ao longo das sequências de estratos geológicos) dos fósseis de um dado grupo biológico, mais úteis esses fósseis são para a caracterização de intervalos estratigráficos. Quanto mais pequenos os intervalos estratigráficos definidos, mais detalhado será a sua datação relativa.

2 - Ter distribuição geográfica tão ampla quanto possível.
A correlação estratigráfica entre camadas geológicas de áreas geográficas distintas é feita com base na comparação das associações de fósseis, presentes nessas mesmas camadas. Quanto mais ampla a distribuição geográfica dos fósseis de um dado táxone, mais ampla a área geográfica em que a correlação estratigráfica com base neles será possível.
3 - Existir em grande quantidade.
Para levar a cabo a correlação estratigráfica entre camadas geológicas localizadas em áreas distintas é necessário ter associações de fósseis (para comparar). Quanto mais abundantes forem os fósseis de um dado táxone, mais fácil será encontrá-los e mais fácil será estabelecer a correlação.
4 - Apresentar características morfológicas distintivas.
Para usar os fósseis de um determinado táxone para datação relativa é necessário identificar esse fóssil até ao nível da espécie ou do género. Se os fósseis não apresentarem características morfológicas que os permitam distinguir de outros fósseis similares (correspondentes a grupos biológicos afins), então a sua identificação será pouco precisa e, consequentemente, a sua utilidade como indicador de idade diminuirá.

Nota: Conceito sedimentos transpõem-nos para um material derivado de desagregação de rochas ígneas, metamórficas ou sedimentares.




As rochas sedimentares devem ser observadas como produtos finais de um complexo processo que nos contam uma “história” sobre o local da sua formação, dos animais daqueles tempo, no caso de possuírem fosseis, por exemplo. São por isso, arquivos geológicos, que para além de muita importância para a geologia têm enorme relevância para a história da Terra.



De todas as rochas sedimentares, existentes à superfície da Terra, é de referir que cerca de 3/4 da Terra são cobertos por rochas sedimentares que revestem partes dos continentes e dos fundos oceânicos. No entanto, estas formam apenas um película superficial sobre as rochas magmáticas e metamórficas que constituem a maioria do volume rochoso crustal.

Os sedimentos, precursores das rochas sedimentares, encontram-se na superfície terrestre resultantes de fenómenos de meteorização e erosão de rochas pré-existentes assim como de restos orgânicos. Assim são constituídos maioritariamente por areias, siltes e conchas de organismos.
De uma forma sucinta, podemos analisar no esquema a génese das rochas sedimentares, apresentado abaixo:
 
 
Iremos mais tarde estudar cada um dos passos deste ciclo.

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